quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Se eu fosse eu.



Quando eu não sei onde guardei um papel importante e a procura revela-se inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar, diria melhor SENTIR. 
           E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser movida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de vida. 

          Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua, porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei. 
Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo que é meu e confiaria o futuro ao futuro. 
          "Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido. 
No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando, porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.


(Clarice Lispector)

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

27/11




O nome do blog...



Tudo e nada.
Perto e longe.
Alto e baixo.
Encontro e desencontro.
Sim sim, não não.
Partir ou ficar.
Ser e estar.
Pegar ou largar.
E tem aquela música.


Parece certo, mas é errado... Parece errado, mas pode dar certo...

Duvidar ou acreditar.

O infinito que existe entre nós..

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Dance With My Mother

De volta quando eu era uma criança, antes que a vida me removesse toda a inocência... Minha mãe me levantaria bem no alto, e dançaria comigo .. Me rodaria até eu cair no sono... e eu sabia com certeza que era amada....
Se eu pudesse ter outra chance, outra caminhada, outra dança com ela...Eu tocaria uma canção que nunca, nunca iria acabar...Como eu adoraria, adoraria dançar com minha mãe de novo...
Se eu pudesse roubar um último olhar, um último passo, uma última dança com ela... Eu tocaria uma canção que nunca, nunca iria acabar...Pois eu adoraria, adoraria, adoraria dançar com minha mãe novamente..
Sei que oro além da conta... Mas Você poderia me mandar ela de volta?
Sei que Você não faz isso com frequência, mas Senhor, eu morreria por mais uma dança com minha mãe...
Toda noite quando caio no sono, isso é tudo o que eu sonho.









domingo, 19 de outubro de 2014

Como eu me vejo?





Venho me questionando isso já tem algum tempo. Aliás, bastante tempo.
O Estado em que nos encontramos hoje é na verdade, um reflexo do nosso passado. O problema é que isso nem sempre é bom. Podemos entender o estado depressivo a partir disso. Perdas, mágoas, rompimentos, traições e outros sentimentos mais causados no passado, ainda estão guardados em nossa memória, inevitavelmente.  
Alguns cientistas do comportamento dizem que nossa personalidade é o conjunto de memórias que acumulamos durante a vida. Nossa coleção de memórias afetam com profundidade nossas percepções e nosso comportamento.
Isso traz juntos outros sentimentos e agora envolvendo a nossa visão de nós mesmos.
Quando trazemos traumas, e eu digo isso de qualquer experiência emocional desagradável, fica uma marca duradoura em nossa mente, e por isso nos sentimos tristes e deprimidos quando nos lembramos. O problema é que, como eu disse, isso acaba mudando nossa visão de nós mesmos. Infelizmente não é fácil separar o que sentimos no momento que estamos vivendo ou relembrando tal fato, do que realmente somos. É por isso que um estado deprimido se torna uma depressão profunda.
Diretamente relacionada com a memória, a decisão sobre quem somos, especialmente quais são nossos limites, podem afetar toda a nossa vida. Decisões podem criar crenças, valores, atitudes e até o modo de viver, podem afetar ao longo do tempo nossa percepção do mundo.
Devemos nos lembrar sempre, ao passar por um momento de turbulência causada pela dor emocional, que isso não define quem nós somos.
Nos lembrar e exercitar isso é essencial. Regular o que pensamos e o que dizemos pode ajudar muito.
 Qual afirmação aparenta ter menos peso? “Eu estou a me sentir deprimida” ou “Eu tenho depressão”. Na primeira você entende que o que sente não será eterno, admite o momento, até mesmo porque a negação só atrasa a melhora, mas somente para que você não demore nesse estado, enquanto que a segunda afirmação, aquilo que deveria ser apenas um momento acaba por se tornar parte de você.
Alguns dias atrás, postei aqui de maneira bem sucinta o que descreve muito bem isso. Eu dizia que o nossos pensamentos constroem a nossa realidade. É exatamente isso. Nem teus piores inimigos podem fazer tantos danos como teus próprios pensamentos.

Sendo assim, dê um tempo a você mesmo e se atente mais ao que de bom você tem e ao que de bom já lhe aconteceu e quem sabe assim sua realidade e sua visão de si mesmo mudem.





K.  ‎19‎-10-2014, ‏‎17:39


terça-feira, 14 de outubro de 2014

Mudança de Hábito.





O número de pessoas insatisfeitas nesse mundão é enorme e cresce a cada dia mais. E eu não me incluo fora dessa.

Mas o que há? A vida nos trouxe aqui e nos deixou lançados à sorte? Não temos meios pra conseguir novos resultados? Nada disso, né. As pessoas não saem deste estado de insatisfação por que para isso é necessário que haja mudança de hábitos.

O hábito é tão velho quanto a raça humana e para mantê-los sempre encontramos uma desculpa.

Mas, porque as pessoas se apegam às suas desculpas favoritas e as defendem com unhas e dentes? Ora, defendem porque foram elas que as criaram! A desculpa é filha da imaginação do homem e é próprio da natureza humana defender os filhos da nossa mente.

Um exemplo muito simples que deixa bem claro o quanto o hábito é mais forte do que a vontade de mudança: “Eu adoraria ver o nascer do sol todos os dias. Mas infelizmente não dá, eu trabalho muito e nesse horário preciso dormir e descansar.”

Ouço muito isso por aqui. É aquela velha história de querer novos resultados, mas sem mudar as fórmulas.

E essas desculpas nossas de cada dia vão mascarando os motivos verdadeiros. Se tivermos a coragem de nos vermos como realmente somos, descobriríamos o que há de errado e corrigiríamos. Assim poderíamos ter a oportunidade e aprender com os nossos erros. Pois se nada estivesse errado, estaríamos agora onde deveríamos estar. Isso se tivéssemos passado mais tempo analisando nossas fraquezas e menos tempo inventando desculpas para elas.

É comum dizermos a nós mesmos algo como: “Algum dia vou parar de fumar” ou “Qualquer dia destes vou mostrar ao mundo do que sou capaz”

É bom pensar. É bom planejar. É bom sonhar. Mas melhor ainda é agir.

Amyr Klink, navegador, sempre teve o sonho de circunavegar a terra, e hoje é conhecido por suas expedições marítimas. Quando o questionam sobre como ele teve esse êxito, a resposta dele é simples: “Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir.”.

Não deveria ser diferente conosco. Com os nossos planos para o futurou ou nossas metas diárias.


Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” (Fernando Teixeira de Andrade).




K.  ‎15‎-10-2014, ‏‎03:41


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

20 Coisas que Deveríamos Falar Mais Vezes




      Se você não conhece, este é o Kid President, um garotinho lindo que sempre tem coisas bacanas pra dizer. Aqui ele nos lembra de 20 coisas que todos nós deveríamos falar mais vezes.




     E você, o que acha que deveríamos falar mais vezes??

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Samba de ir embora e só.





Tá certo que o nosso mau jeito foi 
Vital pra dispensar o nosso bom
O nosso som pausou
E por tanta exposição a disposição cansou
Secou da fonte da paciência
E nossa excelência ficou lá fora
Solução é a solidão de nós

Deixa eu me livrar das minhas marcas
Deixa eu me lembrar de criar asas
Deixa que esse verão eu faço só
Deixa que esse verão eu faço só
Deixa que nesse verão eu faço sol

Só me resta agora acreditar
Que esse encontro que se deu
Não nos traduziu o melhor
A conta da saudade quem é que paga?
Já que estamos brigados de nada
Já que estamos fincados em dor

Lembra o que valeu a pena
Foi nossa cena não ter pressa pra passar
Lembra o que valeu a pena
Foi nossa cena não ter pressa pra passar



(TM)