Quem
é que se dá o devido valor?
Eu
sei que tem pessoas que podem acreditar que sabem do seu verdadeiro valor. Mas
como eu sempre falo da maioria, dessa vez não será diferente.
Sempre
trazemos um grande fardo que é “amar o próximo”. A questão chave é que isso
deveria estar bem longe de ser um fardo.
Eu
vivi com pessoas que depositaram todo o seu amor no outro e esqueceram-se de si
mesmas, mas nem é preciso ir muito longe pra ver isso, talvez basta observar
algumas das nossas atitudes.
Muitas
vezes deixamos o que nós somos de lado, pra ser aquilo que o outro precisa ou
quer que sejamos. E por algum período de tempo isso funciona muito bem, pois a
intenção é boa e os resultados são melhores ainda, afinal, você passa a viver
cercada de pessoas gratas. Só que infelizmente isso não dura muito tempo. Com o
tempo você percebe que o outro nem sempre estará disposto a ser o que você
precisa. Obviamente você começa a se questionar e com isso vem a decepção.
Não
é necessário ser cristão pra viver sobre o enfoque de: “amar o próximo como a
ti mesmo.” (Mt 22:39). Todos gostariam que fosse assim sempre e muitos passaram
grande parte da vida tentando. E o motivo de não dar certo é muito claro. Há uma
lógica por trás dessa premissa que muitas vezes passa despercebida. Na
construção da frase, o termo “próximo” aparece antes do termo “ti mesmo”, mas
quando se observa o todo, é impossível não notar a grande verdade: se eu tenho
que amar o próximo como a mim mesmo, denota que primeiro é preciso me amar pra
saber como o fazer. Bom, isso é o que chamamos de amor próprio.
Parece
uma questão simples, mas não é. Ter amor
próprio implica em muitas coisas difíceis como: saber dizer não, quando amar o
outro significa ultrapassar os limites dos teus princípios; não ter medo de ser
exatamente quem você é; defender seus interesses; aprender a perdoar a si mesmo
e aos outros; esquecer a opinião alheia; aprender a dizer adeus e saber quando
recomeçar. É, nada fácil!
Mais
complicado ainda é o fato de que muita gente justifica seu egoísmo dizendo que
é amor próprio, e outra grande parte, deixa de ter amor próprio por medo de ser
egoísta.
A
questão é que são duas coisas completamente diferentes. A pessoa egoísta pensa
em si mesmo e mais nada, custe o que custar.
Quem tem amor próprio, consegue pensar em si e nos outros ao mesmo
tempo, mas vai decidir sempre conforme os teus próprios limites.
Bom,
algo me faz pensar que muitas pessoas se tornaram egoístas por não terem aprendido
a se amar. Quando falta amor próprio, a gente vive pelo outro, não existe
limites, não existe identidade e o retorno nunca é agradável, porque, por mais
que o outro retribua, ninguém pode oferecer a você esse amor que somente pode
vir de você mesmo. Assim surge a desilusão, decepção, frustração e todos os
outros “aõs” que você puder imaginar. E é a partir disso que nasce o egoísmo.
As feridas são tantas pela falta da retribuição esperada que a única saída
aparentemente justa, pra não causar mais danos a si mesmo, é esquecer o resto
do mundo e fazer de você o centro de tudo. Lamentável, né? Mas enfim, isso é só
uma teoria minha. Até mesmo por que, tem gente que é egoísta de ruindade mesmo,
rs.
Mas,
retomando o meu pensamento. Tem tantas outras implicações quando deixamos de
nos amar... Não que seja uma regra, mas
você pode deixar “aleijadas” as pessoas com as quais você se relaciona, ou
pior, pode se tornar um imã pra pessoas interesseiras. É muito simples de
entender: se você faz tudo pelo outro, esse outro pode não aprender a fazer
sozinho e sem conseguir “andar com as próprias pernas”, será completamente
dependente. Ou como eu disse, pode ser ainda pior: mesmo que o outro saiba como
caminhar sozinho, pode acontecer de querer sempre tirar proveito, afinal você
não colocou limites.
Um
saco, né? E isso tudo pode ser evitado com o amor próprio. Não correrá o risco
de se tornar egoísta porque, quando fizer algo pelo outro será genuíno, sem a
pressão de manter as aparências, sem se sentir roubado, e o melhor, sem esperar
retorno, o que não permitirá decepção, afinal você já recebeu sua parcela de
amor de si mesmo, e só o fato de ajudar já será o suficiente pra que você se
sinta recompensado.
E
quando você aprender a se amar e a valorizar quem você é, pode acontecer de
algumas pessoas saírem da sua vida. Não impeça, deixe que vá! É um favor que
farão a você, acredite.
E
não deixe de estar atento, por que, como eu sempre digo: É muito fácil se
perder no caminho de amar o outro.
K. 29-09-2014, 02:18
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